sábado, 4 de maio de 2013

Texto Aleatório: O sentido de uma vida sem sentido.



Sabe, eu realmente não entendo porque diabos minha vida poderia chamar atenção de alguém, mas o caso é que sempre chama, a todo momento. Acho que eu devia me apresentar né? Meu nome é Hugo, tenho 17 anos e uma vida digamos que diferente de uma vida de um garoto normal.
Meu pai era um típico homem bêbado do subúrbio, andava sempre caído por aí, sempre alcoolizado e às vezes até mesmo drogado, o único orgulho que meu pai tinha em sua vida era não eu, mas sim minha mãe. Seu amor por minha mãe era inexplicavelmente gigante. Minha mãe? Bem, minha mãe morreu de câncer, meu pai se matou alguns dias depois. Não pode viver sem ela. E sobrei eu, o filho único.
Nunca fui à escola, sempre aprendi tudo com minha tia, que era professora. Minha mãe sempre falava mal da escola, ela não teve grandes estudos e talvez fosse isso um trauma. “Escola é coisa de gente rica, você não pode ter isso tudo”.
Talvez esse tenha sido o ano mais duro de minha vida, minha tia se mudou pra Nova York, minha mãe teve uma sofrida morte e vi meu pai socar sua cabeça na parede, fazendo sangrar uma quantidade inutilmente grande e depois dar um tiro em seu próprio coração.
Quando isso tudo aconteceu percebi que estaria sozinho na vida, e eu corri, como corri, corri como se isso dependesse da minha vida, corri se fosse chegar ao infinito, corri como se estivesse sendo perseguido, apenas corri. Nesse momento eu não pensava em nada, só queria chegar a algum lugar bem longe de minha vida. Eu corria, eu chorava, eu corria mais, então parei.
Olhei em volta, havia um grande milharal, deitei em uma grama verde, um belo verde e pensei em tudo que aconteceu em minha vida desde então, adormeci. Em meu sonho eu vi algo horrível, me vi matando meu pai, todo aquele sangue jorrando por todos os lados, eu adorei aquilo, eu realmente adorei aquilo, eu sou um maníaco, um psicopata.
Abri os olhos e vi que tudo havia mudado, já havia chegado à noite, todo o milharal estava morto ao meu olhar e o mundo se aprofundava em um tom escuro, um tom mais escuro que a morte. E percebi enfim que eu estava morto, não morto de verdade, mas morto por mim mesmo, eu não tinha mais o que viver, eu não sabia onde estava e porque estava simplesmente estava.

Dei então adeus a minha alma e vivi livre por um mundo de prostituição, drogas, bebidas, dinheiro e difamação, conheci pessoas, tive uma vida, uma segunda vida, uma vida após a morte.

Por: m. pierre

Nenhum comentário:

Postar um comentário