sexta-feira, 3 de maio de 2013

Semana dos Escritores Clássicos: Aluísio Azevedo

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (14/04/1857 - 21/01/1913)

Romancista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro, Aluísio Azevedo nasceu em São Luís, MA e trabalhou como caixeiro e guarda-livros da infância à adolescência. Em 1876, matriculou-se na Imperial Academia de Belas Arte, hoje Escola Nacional de Belas Arte, no Rio de Janeiro. 
Interessado desde pequeno pelo desenho e pela pintura, fazia  caricaturas para os jornais da época a fim de manter-se e, a partir de seus desenhos, escrevia cenas de romances.
Após a morte de seu pai voltou a São Luís para tomar conta da família e ali começou a carreira de escritor, com a publicação, em 1879, um romance Uma Lágrima de Mulher.
Ajudou a lançar e colaborou com o jornal anticlerical O Pensador, que era a favor da abolição da escravatura, enquanto os padres se mostravam contrários a ela. Em 1881, Aluísio lança O Mulato, romance que causou escândalo entre a sociedade maranhense pela crua linguagem naturalista e pelo assunto tratado: o preconceito racial.
Em 1881, com o sucesso de seu romance na Corte como exemplo de naturalismo, Aluísio pôde retornar ao Rio de Janeiro, decidido a ganhar a vida como escritor.
Passou a publicar seus romances em folhetins de um jornal, obras menores, escritas apenas para garantir a sobrevivência. 
Preocupado com os novos agrupamentos humanos que surgiam em seu universo, com a degradação das casas de pensão e sua exploração pelo imigrante escreveu duas de suas melhores obras, famosas até os dias atuais: Casa de Pensão (1884) e O Cortiço (1890).
No ano de 1895 ingressou na diplomacia. O primeiro posto foi em Vigo, Espanha. Depois serviu no Japão, na Argentina, na Inglaterra e na Itália e quinze anos depois que ingressou, foi nomeado cônsul de 1º classe, sendo removido para Assunção. 
Faleceu em Buenos Aires, seu último posto, aos 56 anos e foi enterrado naquela cidade. Seis anos depois, por uma iniciativa de Coelho Neto, a urna funerária de Aluísio Azevedo chegou a São Luís, onde o escritor foi sepultado.

Algumas de suas obras:
  • O Mulato
Frequentemente apontado como o primeiro romance naturalista brasileiro, O mulato conta a história de Raimundo empenhado em descobrir o mistério de sua origem (a qual acaba se revelando espantosamente trágica), o tratamento cruel e racista que lhe dispensam outros personagens, os obstáculos ao seu projeto amoroso e o desfecho impactante, somada à qualidade literária do autor na construção de uma consciência nacional tornaram este romance um dos mais importantes clássicos da literatura brasileira.

  • O Cortiço
Síntese do Naturalismo brasileiro, constitui-se em um dos melhores retratos do Brasil do fim do Segundo Império, a obra recria a realidade dos agrupamentos humanos sujeitos à influência da raça, do meio e do momento histórico. O predomínio dos instintos no comportamento do indivíduo, a força da sensualidade da mulher mestiça, o meio como fator determinante do comportamento são algumas das teses naturalistas defendidas pelo autor ao lado de fortes denúncias sociais. O protagonista do romance é o próprio cortiço, onde se acotovelavam lavadeiras, trabalhadores de pedreira, malandros e viúvas pobres.

  • Casa de Pensão
Em "Casa de Pensão", o jovem Amâncio, ao chegar à capital fluminense para estudar, sente na própria pela as leis impostas pelos mais espertos e acaba vivendo uma trágica história de amor.

  • Uma Lágrima de Mulher
Em seu romance de estreia, Aluísio situa suas personagens - Miguel, Rosalina, Maffei e Ângela - em uma aldeia de pescadores nas ilhas Lipari, na Grécia, onde inicia a narrativa. Posteriormente, em Nápoles, Itália, além de mostrar as mudanças de caráter em Rosalina, antes ingênua e meiga, e em Maffei, de austero a ambicioso e amoral, põe a nu a hipocrisia daquele meio social, que define como uma sociedade flutuante, onde burgueses ricos e nobres falidos estabelecem relações promíscuas.

Dados retirados de: ABL.

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